É, pensei que talvez esse dia nunca chegaria.
Pensei que talvez demoraria ainda muito tempo pra eu perceber que reis, rainhas, fadas, princesas, herois e cowboys só existem nos contos, nos sonhos, nos livros e coisa e tal.
Chega dessa fantasia maluca, e de transformar as pessoas em fantoches ou em Sims, andando pela vizinhança, aprendendo a cozinhar e a consertar coisas simplesmente lendo livros.
Chega desse controle insano, dessa necessidade em satisfações, em ligar pra ouvir uma voz ou perguntar "onde tu ta?" "fazendo o que?" "com quem?". É, ligar e ouvir vozes é legal, eu gosto, mas ninguém pergunta como estamos, em que estamos pensado e quais as cores que acabamos de ver.
E preocupar-se não é legal, mas simboliza de alguma forma um interesse, um gostar, uma preocupação de fato. (essa palavra carece de sinonimos). Mas enfim, quanto a isso o dia ainda não chegou. No quesito preocupação ainda sou refém. Não acredito muito no individualismo das pessoas. E há quem discorde comigo. Detalhes me afetam.
É, pensei que esse dia nunca chegaria.
Sabendo também que de alguma forma ele cheogu, e foi embora. Assim como tudo e todos que chegam e que se vão, que passam e que ficam, que ficam e ficam e ficam e que fazem o tal do sempre parecer real e alcançavel.
Eu não acredito que isso seja mera questão de ilusão, ou de paixão cega ou coisa e tal. Acredito no amor, nele sim. Tá que falar de amor é ao mesmo tempo simples e complicado. Tai, acho que o amor é um tanto quanto individual, a não ser que você ache perfeitamente natural e compreensivo o amor que sua mente sente por você, e que você nem que quisesse poderia retribui-lo e ela nem busca essa retribuição. Ela busca o seu sorriso, e só.
Por essas e por outras que o amor é só e completo em si mesmo. Ele não precisa de declarações, de enfeites, de fantasias, de dedicação, atenção. Ele só precisa existir, só. E a partir disso ele se torna auto-suficiente e não acaba e, se acaba, não era amor e, se era amor não se acabou.
Essa tal reciprocidade que atribuiram ao amor, segue a linha filmes americanso e clichês.
Tá, também não quero aqui voltar ao trovadorismo e morrer por um amor impossivel. Não, até pq não existem amores impossivel, inexequiveis talvez, mas impossiveis não.
Enfim, chega também dessa longa discussão sobre o amor. Isso enjooa às vezes.
Meu celular está no colo, e eu estou esperando ouvir um tal "every time I think of you..."
Simplesmente não dá pra não esperar. E isso sim seria concretizar o individualismo das pessoas.
É, pensei que esse dia nunca chegaria.
Mas vai chegar um dia.
Vai chegar e mostrar tudo o que os outros dias não mostraram.
E mais uma vez eu vou acreditar ter amadurecido anos, ter aprendido rios, ter compreendido céus. Quando naa verdade não passei do segundo bloquinho do caminho até a casinha lilás com um vitral na porta e tulipas na janela.
O que me leva a crer que, caso eu pise no bloquinho errado, ou mude a cor da brincadeira o final do caminho não será a casinha, mas sim uma arvore grande e forte, ou um rio fundo e sujo...
Por isso que eu costumo andar olhando um pouco para o chão.
O caminho sempre parece mais dificil quando sabemos pra onde queremos ir, se não sabemos simplesmente caminhamos, indo por onde há paisagens bonitas ou galhos secos ou muros pichados e onde cansarmos de caminhar, é onde chegamos. E é assim, fácil e simples. E sempre será impressionante, surpreendente, já que não estavamos com nenhum lugar em mente.
Basta saber onde queremos chegar pra tudo ficar complicado e ter aquela coisa de virar a esquerda na hora certa, de dar tantos e quanto passos, parar pra descansar antes do anoitecer, de seguir reto mesmo estando com medo.
E ainda assim eu prefiro chegar a casinha lilás.
Era tão linda de se admirar, que andava nua pelo meu país.