sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Maracujás...

Literatura, nota boa, dormindo e sonhando. Garoto ao lado muito timido fala comigo. Sem respostas afinal eu ainda estou dormindo e não falo com ninguém enquanto sonho. Nenhum professor em sala. Barulho, gritos, conversas incessantes. Batidas com os cadernos nas carteiras.
Eu acordo, cara vermelha e amassada. Ninguém me diz nada, eu até aparento ser legal mas nem tanto. Um tal de ex passa por mim, não sinto nada. Não me importo. Talvez eu seja mesmo tudo aquilo que ouvi outro dia, fria, arrogante, patética, fingida. Talvez eu realmente tenha medo de gostar de verdade de alguém pq já me machucaram muito. Ah merda, não interessa. Pra mim ou é sim ou é não. Talvez é duvida. Duvida não existe. E a proposito, as minhas cicatrizes nos joelhos e na canela não me fazem parar de andar de pantins.

Filosofia, atividade de matematica atrasada. Aristoteles, Platão. Exercicio com poucas questões. Letras de Cazuzaa escritas de caneta roxa no caderno. Frases feitas, quase perfeitas. E mais um pouco de desenhos tortos, mal acabados porém sempre bastante coloridos. E um tal de m... bem no cantinho do caderno, nem eu sabia que isso tava escrito ali. Sempre gosto de surpresas e encontrar isso me rendeu um sorriso de canto.
Eu e minha memória chata que sempre faz questão de voltar no tempo com qualquer gesto ou palavra que me lembre algo que passou. E lá estou eu, no aniversario do meu melhor amigo. Chego cedo, pra garantir que tudo vai sair perfeito. As meninas dormem e na cozinha eu preparo o bolo em meio a conversas e um pouco de sono devido a noite mal dormida do dia anterior, todos aqueles igredientes se misturam até formarem uma massa homogenea. As pessoas poderiam ser assim né? Como igredientes de um bolo de chocolate.
E eu lembro daquele "bêbado" ao meu lado, na piscina. A noite fria, a lua nova. E ele lá tão dentro de mim e ao mesmo tempo tão fora. Ele chega a ser muito mais frio que a noite e ainda mais quente que aquele brigadeiro que eu fazia algumas horas atrás. Aquela frasezinha boba que as pessoas insistem em dizer - eu principalmente - menos ele. O sino da escola toca, recreio.
Patio cheio de gente com a mesma blusa azul, mesma calça azul. Eu particularmente penso que o azul só cai bem no oceano, no céu ou nas nuvens cheias de agua. Suco de maracujá com leite, acho que ainda durmo mais nos proximos horarios. Chiclete roxo, não pelo sabor mas pela cor.
E entre um despertar e outro algumas anotaçoes do que tem no quadro. Alguns apontamentos no caderno e um pouco de calculos. 13/08/07


A saudade é negativa demais, então vamos coloca-la em modulos.
,)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Muito pouco de quase nada.



De repente você acorda, não importa o humor ou se o cabelo está penteado. O fato é o acordar em si, algo que todas as pessoas sempre fazem e que não se dão conta da grandeza de tal ato. Você abre os olhos, depois de tê-los deixado por um bom tempo cerrados, abre os olhos depois de ter sonhado e/ou tido terriveis pesadelos. É simples pra você, porquê nunca houve um dia em que você não os abrisse.


Imagine só se isso acontecesse, se você simplesmente esquecesse de se acordar, e continuasse dormindo por horas, dias, meses talvez. Imagine se você ficasse presa aos sonhos, aos pesadelos, aos medos e aos monstros que te pertubam enquanto dorme. Imagine se você olhasse dentro de si mesmo todos os seus desejos, seu temores e tudo aquilo que você levou uma vida para conseguir. Não, ninguém se da ao trabalho de imaginar certas coisas, na verdade essa é uma palavra que mais me lembra contos de fadas, não realidade.


Tente não acordar de mau humor, embora isso seja muito dificil. É como o livrinho que ganhei aos oito anos, Pollyanna, é como jogar um jogo do contente onde a cada hora que você pensa em ficar triste você se lembra que talvez pudesse ser ainda pior.


Escreva e apague quantas vezes quiser, pra isso o lapis e a borracha. Mas não se esqueça que nenhuma borracha é assim tão eficaz a ponto de apagar sem deixar vestigios ou marcas. A caneta ao contrario do que parece nem sempre representa segurança, a caneta borra na hora de escrever e se houver qualquer erro você não pode apagar. O lapis funciona como seus pensamentos, a caneta como seus atos, suas açoes. E isso você não pode mudar.




Aí, anoitecee. Aquela insonia chata que pega no seu pé. Você consegue ouvir até os passos das pessoas lá embaixo mesmo estando no quinto andar. Você ouve o barulho dos carros, e o vento tentando entrar pela pequena fresta na janela. O ar-condicionado incomoda, embora nao sofra de alergias, o colchão parece muito mole, ou muito duro. O caderno parece muito distante, mas você levanta e pega. Abre a cortina, afinal são poucos os que vêem a lua de seu proprio quarto. Não quer acender a luz, então liga a luminaria que deixa o quarto inteiro roxo. Não que você se interesse pela cor (eu me interesso). Palavras e aí vem a vontade de ter escutado sua mãe e ter feito caligrafia aos sete anos, mais palavras e uma pequena dor de cabeça, de novo a vontade de ter escutado sua mãe quando ela disse que você não podia passar tanto tempo no computador, ou comer tantas besteiras. Suas permas se balançam muito, afinal a elasticidade é incrivel; toca a cabeça com os pés pois as mãos estão ocupadas. Termina duas folhas e já não é capaz de traduzir o que escreveu, deixa o caderno de canto, o lapis deixa cair e a lamparina fica acessa. Vira de lado, deita, fecha os olhos e dorme. (...)


De repente você acorda...