quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Muito pouco de quase nada.



De repente você acorda, não importa o humor ou se o cabelo está penteado. O fato é o acordar em si, algo que todas as pessoas sempre fazem e que não se dão conta da grandeza de tal ato. Você abre os olhos, depois de tê-los deixado por um bom tempo cerrados, abre os olhos depois de ter sonhado e/ou tido terriveis pesadelos. É simples pra você, porquê nunca houve um dia em que você não os abrisse.


Imagine só se isso acontecesse, se você simplesmente esquecesse de se acordar, e continuasse dormindo por horas, dias, meses talvez. Imagine se você ficasse presa aos sonhos, aos pesadelos, aos medos e aos monstros que te pertubam enquanto dorme. Imagine se você olhasse dentro de si mesmo todos os seus desejos, seu temores e tudo aquilo que você levou uma vida para conseguir. Não, ninguém se da ao trabalho de imaginar certas coisas, na verdade essa é uma palavra que mais me lembra contos de fadas, não realidade.


Tente não acordar de mau humor, embora isso seja muito dificil. É como o livrinho que ganhei aos oito anos, Pollyanna, é como jogar um jogo do contente onde a cada hora que você pensa em ficar triste você se lembra que talvez pudesse ser ainda pior.


Escreva e apague quantas vezes quiser, pra isso o lapis e a borracha. Mas não se esqueça que nenhuma borracha é assim tão eficaz a ponto de apagar sem deixar vestigios ou marcas. A caneta ao contrario do que parece nem sempre representa segurança, a caneta borra na hora de escrever e se houver qualquer erro você não pode apagar. O lapis funciona como seus pensamentos, a caneta como seus atos, suas açoes. E isso você não pode mudar.




Aí, anoitecee. Aquela insonia chata que pega no seu pé. Você consegue ouvir até os passos das pessoas lá embaixo mesmo estando no quinto andar. Você ouve o barulho dos carros, e o vento tentando entrar pela pequena fresta na janela. O ar-condicionado incomoda, embora nao sofra de alergias, o colchão parece muito mole, ou muito duro. O caderno parece muito distante, mas você levanta e pega. Abre a cortina, afinal são poucos os que vêem a lua de seu proprio quarto. Não quer acender a luz, então liga a luminaria que deixa o quarto inteiro roxo. Não que você se interesse pela cor (eu me interesso). Palavras e aí vem a vontade de ter escutado sua mãe e ter feito caligrafia aos sete anos, mais palavras e uma pequena dor de cabeça, de novo a vontade de ter escutado sua mãe quando ela disse que você não podia passar tanto tempo no computador, ou comer tantas besteiras. Suas permas se balançam muito, afinal a elasticidade é incrivel; toca a cabeça com os pés pois as mãos estão ocupadas. Termina duas folhas e já não é capaz de traduzir o que escreveu, deixa o caderno de canto, o lapis deixa cair e a lamparina fica acessa. Vira de lado, deita, fecha os olhos e dorme. (...)


De repente você acorda...


Um comentário:

Anônimo disse...

dor de cabeça, dor nas mãos também. solidão acompanhada dóis mais. textos à lápis e um pouco de fome. são só alguns km.



alguns km às vêm dentro de caixinhas, espremidas pra poder caber um bolo dentro.