sábado, 5 de julho de 2008

O reencontro.

O tom da sua pele havia mudado, assim como o tom de sua voz. Seu cabelo, antes longo e ondulado, agora já não passava do ombro e estava liso e macio como seda. Ela engordara um pouco, é verdade, mas nada que tirasse toda a sensualidade de seu corpo. Estava sorridente como sempre, no entanto um pouco mais calma. Olhou-me tão profundamente que eu quase fiquei sem palavras., ora como fui tolo e, como me arrependo de não ter me entregado a este olhar tantas outras vezes. Sinceramente, eu jamais imaginei o quanto aquele reencontro me deixaria transtornado, não esperava que ela ainda fosse capaz de mexer comigo como sempre fora.
Resolvemos então que jantaríamos em algum lugar, contaríamos nossos planos, nossos segredos. Resolvemos que iríamos desabafar um com o outro como bons e velhos amigos que nunca nos permitimos ser e, apesar de estar tudo completamente diferente, eu fui capaz de encontrar algo que fosse nosso só nosso. Algo capaz de fazê-la se lembrar dos nossos momentos juntos e, conseqüentemente, algo capaz de fazê-la lembrar o quanto eu fora rude, estúpido e bobo. (...)

Ela pede um suco de laranja. Eu uma cerveja.
- Nossa, eu realmente senti falta desse gosto.
- Por isso que eu pedi a cerveja...
- Mas eu falo do suco, não dos beijos.
- Pouco me interessa o suco.
(Ela então bebe o suco numa só golada)
- Pelo visto, continuas o mesmo.
- Foi para esse mesmo que você fez juras de amor...
- Quem jura mente.
- Mas quem ama sente e, falando em sentir, é muito frio lá?
- É um pouco, não mais que você.

(...)

A noite estava linda, a lua cheia e tudo parecia conspirar a nosso favor. Foi um jantar com muitos risos e sufocadas indiretas, ela ainda teme que eu possa feri-la, magoá-la. Ah, se soubesse o quanto eu sofri durante esses anos, se soubesse o quanto lutei com meus próprios sentimentos a fins de torná-los irreais, a fins de tornar-me indiferente perto dela e daquele seu perfume sempre doce. E, quando toquei suas mãos ao deixarmos o restaurante, senti que dormiríamos juntos, aquela noite e, senti que desta vez eu é quem acordaria primeiro para velar seu sono...

Um comentário:

Anônimo disse...

Menina, escreva um livro.
Adorei, beijos.
;D