terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pimenta nos olhos dos outros...

NÃO é refresco, pelo menos pra mim.
É, temos que especificar o que eu quero dizer com os outros, os outros podem ser tanto todos aqueles que não são eu, como todos aqueles poucos que são meus. Nesse caso, no da pimenta, to falando a respeito dos que são meus.
To falando dos que eu trato com diferença. Eu xingo, eu grito, eu choro, eu bato, eu choro, eu brigo, eu choro, eu dou conselho, eu peço conselhos, eu choro, eu abraço, eu protejo, eu choro, eu protejo, eu preservo, e eu tento fazê-lo(a) sorrir o tempo inteiro. É, às vezes eu não consigo, às vezes eu chateio, eu irrito, eu choro, mas sempre com a intenção de dar o melhor de mim. Esses eu nunca tratarei com desprezo, com indiferença(odeio essa palavra e o que ela representa), com olhar de descaso. Tentarei ao máximo entender a importância de McFly, o amor por cachorros, a sensibilidade absurda, a paixão por Iron Maiden, o orgulho de ser vascaíno, a vontade de rua. Nunca tratarei seus problemas como tolos, para eles vou tratar seus problemas como eles querem que sejam tratados. Não me interessa se eu não gosto de Harry Potter, eu vou entender caso minha melhor amiga me ligue aos prantos por ter acabado os ingressos da primeira sessão.
Ao contrário do que alguns pensam, eu não me orgulho tanto por isso. Eu não me orgulho em me preocupar demais com as pessoas que amo, com as pessoas que me cercam, eu não me orgulho em parar o que eu estiver fazendo só para servir de ombro amigo, só pra enxugar lágrimas ou para ouvir papos insuportaveis de garotas apaixonadas. Se eu pudesse eu seria daquele tipo de pessoa egocentrica, ou nem chegar a tanto. Tá, se eu pudesse eu gostaria pelo menos de conseguir pensar primeiro em mim e depois nos outros, sejam eles os meus ou os não eu.
Queria conseguir agir como minha irmã, que sempre avisa "ei, cuidado pra não cair" aí se cai, olha pro chão e diz "eu te avisei". Eu aviso, eu levanto, eu passo rifocina nas feridas, eu ponho pra dormir contando historinhas, faço comidinha e só peço cuidadosamente "não repita isso".
É, talvez por esse meu comportamente babaca, alguns me olhem como boazinha, e de pessoas boazinhas todos fazem o que querem, e blá blá blá. Como já fizeram inúmeras vezes, aí como eu percebi que deixar de ser babaca era meio complicado eu passei a simplesmente escolher melhor aqueles que eu vou futuramente chamar de meus. Só que tem gente que entra na gente e a gente nem vê. Aí quando vê, já foi.
Uma vez, bastante magoada por causa de alguem que tinha me ferido, conversei com umas amigas pra que elas me dissessem o que fazer. A resposta foi clara e simples, faça o mesmo. Se te preocupou, preocupe. Se não ligou, não ligue. Se não chamou não chame. Se não se importou, não se importe. Se não reparou, não repare. Se não foi, não vá. Se não pediu, não peça. Se não amou, não ame... E assim por diante.
É, sinto muito, mas meu comportamento não depende do seu. Eu me preocupo, eu ligo, eu chamo, eu me importo, eu reparo, eu vou, eu peço, eu amo. Basta eu querer, basta eu ter vontade. E é só.

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