sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nostalgia.

Querido diário...
É, saudades desse tempo em que eu tinha diários dividos em três cores, na maioria das vezes azul, rosa e verde. As páginas além de coloridas eram perfumadas e enfeitadas nas bordas. Tinha o cadeado e a chavinha universal, com a minha chave eu consegueria abrir o diário da minha irmã e de todas as minhas amigas, mas na pureza da infância eu nunca tinha pensado nisso e acreditava que só a minha chave abriria o meu diário.
Ao contrário de algumas garotas eu tive o hábito do diário até outro dia, na verdade eu andei um tempo parada devido a uma leve frustração ocorrida na minha quinta serie quando um menino idiota da minha sala pegou minha "agenda" (fala sério, com 11 anos não se tem mais diário) e leu na frente de todo mundo da sala. Quis morrer. Quis matar. Mas só chorei.
Aí depois eu passei por uma fase na qual eu fazia tanta besteira, que preferia não registrar. O ruim é que o meu cerebro funciona como uma pasta arquivadora, incapaz de excluir qualquer lembrança, seja ela boa ou ruim, válida ou não. É eu tentei explicar isso pra minha melhor amiga, mas ela insistia em gravar na porra do computador todas as novas conversas e nossas confissões adolescentes, ou seja, fomos descobertas e ficamos um bom tempo literalmente na merda. Mas, eu sempre bancava para os outros A inatingivel, A inabalável, A independente. Eu sempre transparecia não precisar de nada e nem de ninguém e não me importar com a opinião de quem quer que fosse ou com os comentários alheios.
É, essa fase também passou e vieram outras e outras que já foram citadas anteriormente.
Agora eu me vejo prestes a completar 18 anos, lembro que senti angústia parecida quando estava prestes a completar 15 e, por mais infantil que pareça isso, eu to com medinho. Não medo de ser presa, ou de reprovar na prova pra tirar a carteira de motorista. Também não to com medo daquela velha ladainha que aos 18 anos a gente se torna independente e age por conta própria, pq eu só vou poder agir por conta própria no dia que eu tiver dinheiro por conta própria, comida por conta própria, e conta no banco por conta própria. E enquanto isso não acontece ainda tenho que dar satisfações a mamys e ao papai.
Eu to com medo de que afinal? É, to com medo de crescer, complexo de Peter Pan, pensar que cada vez mais eu vou ter que ser analisada não como uma criança brincalhona e sim como uma jovem universitária responsavel. Vou ter que saber, sem que seja preciso mamãe me dizer, que eu tenho que estudar pras provas, fazer meus trabalhos, ser feliz e coisa e tal. To com medo de, mais uma vez, querer morrer, querer matar e só chorar. Na quinta serie isso era aceitavel, mas hoje se alguem da minha sala pegasse o meu diário e lesse na frente dos outros, eu não poderia sair batendo o pé gritando "seu idiota, o que eu te fiz ein?". Estão começando a me cobrar maturidade e ao mesmo tempo que isso acontece, muitos já me chamam de 'madura', 'cabeça' e coisa e tal.
O professor de sociologia falou a respeito de auto-conhecimento e o incrivel é que eu já me auto-retratei milhoes de vezes, e talvez em nenhuma delas eu tenha sido fiel a minha personalidade. É, agora é o principio cinderela, de transformar pesadelos em sonhos, aboboras em carruagens, trapos em vestido de gala. Eu adoro fantasiar, planejar, tentar ver nas pessoas primeiro o que elas têm de bom. E tentar mostrar aos outros primeiro o que eu tenho de ruim, a fins de manter distância.

Eu não tenho nexo e nem sentido, quando começei esse post o meu intuito era unicamente dizer que agora, nao tenho diário e to meio distante das minhas amigas, o meu intuito era dizer que hoje, mais do que nunca, eu to com uma necessidade incrivel de falar, falar e falar sem pensar e antes, quando isso acontecia, e quando eu na pior das hipoteses eu não tinha uma caneta em mãos, ou uma amiga, eu tinha meu irmãozinho lindo. É, agora do nada coloquei meu irmão no meio de uma história que começou com diário e coisa e tal.
E, já que é pra falar de amor, vou logo dizendo que ultimamente meu diário tem sido meu namorado, idiotice né? Mas ele me ouve com atenção e eu gosto disso, poucas são as pessoas que já me ouviram com atenção, quando eu estou puramente desabafando.
Mais idiota que ter um namorado como diário, é fazer declarações de deficiencia afetiva/mental através do blog.
Enfim, beijos tchau.

vou dormir. to doente.

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