sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O que é necessario?

Eu já estava cansada da rotina, havia cansado de fazer as mesmas coisas todos os dias, de comer sempre a mesma comida, de sempre brigar com minha mae por alguma besteira e de ter que ouvir comentarios desagradeveis de pessoas ainda mais desagradaveis. Eu estava cansada de brigar e fazer as pazes com quem um dia eu chamei de melhor amigo, eu tinha perdido o meu real melhor amigo pra menina que ele tava afim, na casa da carolzinha as acerolas já nao estavam tao gostosas e as mensagens no celular ja nao tinham mais a menor graça.
Era uma decisao e ponto final, eu tinha que respirar novos ares, tinha que conhecer novas pessoas, e pra isso nao adiantaria só dar um pulinho em Brasilia ou passar duas semanas em Minas Gerais. Eu precisava sair disso tudo e me desligar de todo mundo.
Acontece que justamente quando a gente se distrai, os sentimentos vem com toda a força de de uma forma um tanto incontralavél, até porque venhamos e convenhamos, eu nao sou lá dotada de muito autocontrole.
O sao joao já estava chegando ao fim, logo chegaria julho, depois agosto e thanran, eu ja estaria do outro lado do atlantico. Só que simplesmente me bate uma recaida louca, logo eu que tinha prometido fazer todas as loucuras antes de ir embora, agora me vejo novamente apaixonada (algo frequente na minha vida) com a diferença de que essa era uma paixao repetida e por tanto com força dobrada, de tamanho imensuravel e com uma pitada de amizade e de "tudo-que-eu-sempre-quis-em-alguem". Junto com esse "animalzinho de estimaçao" vem de quebra os seus companheiros, ocupando por completo o lugar dos antigos que estava vago dentro de mim. Começam a fazer parte dos meus dias e eu descubro que sou completamente feliz. Entre um porre e outra, entre uma festinha na cobertura e um cineminha no meio da tarde, eu percebo que existem pessoas que nao necessitam de calendario para adentrar nos meus dias.
Como se nao me bastasse um entre meus braços e mais tres abraços, me cai de paraquedar uma ruiva de parar o transito com as pernas mais lindas que eu já vi (é eu tenho uma queda por pernas). É do tipo roquinrroul, simples, hippie. Mistura as cores, os gostos e os sabores. E atraves de cantadas baratas e baldinhos no meio da tarde consegue adentrar no meu coraçao, antes tao vazio e agora quase sem espaço.
As outras continuam na mesma, e as melhores sempre serao as melhores. Prais aqui e ali, pagodes de vez em quando e talvez fosse melhor se eu ficasse mesmo por ali, no meio de quem realmente se importa, de quem realmente me importa.

Ainda assim, eu atravessei o atlantico, com a intençao de esquecer, com a intençao de mudar e deixar o que passou, pro lado de lá. Tive um tempo pra me conhecer, pra me entender, e foi com esse tempo que eu descobri quem eu sou, e foi com esse tempo que eu percebi que sem ELES eu nao sou. As festas nao tem graça, os cds nao tem "te quiero puta", quando eu fico doente nao tenho risadas e repetiçoes de programas bestas, nao tem acerolas, ainda que nao estivessem boas. E é claro, nao tenho mais um quarto cinza, uma cama um pouco maior do que o normal e alguém capaz de me levar às estrelas.

:)

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